sábado, 18 de setembro de 2010

Como? Onde? Porque? Quem? Quando? - O que fiz...

Maracá, 24 de dezembro de 2008.
A polícia foi acionada, eram nove horas da noite, e a rua estava lotada, de longe via-se o tumulto causado por uma batida de carro.
Indentificado 4 pessoas em um carro, somente 2 sobreviventes, no outro carro apenas uma pessoa, morta.
Depois de indentificar cada pessoa, a família dos mesmos são chamadas para o local, para cada um tomar providência do que seria feito com cada pessoa morta, e o acompanhamento dos sobreviventes.
- Mãe? O que a senhora está fazendo aqui? Porque a senhora chora? Fala comigo, porque não me ouve?
- Salve-o, ele é tudo que tenho na vida. - gritava uma mãe ao chão, desesperada.
- Salvar quem mãe? Mãe, porque não me ouves? Porque mãe? - aos gritos.

Maracá, 25 de dezembro de 2008.
Jornal do dia:
08:34.
Um grupo com 4 jovens voltava de uma festa quando bateram em outro carro, duas pessoas morreram no exato momento, outros dois estão em estado grave na UTI do Hospital Geral de Maracá. No outro carro, só tinha um rapaz, que morreu na batida.

19:30.
Porque meu Deus, porque tenho que passar por isto? - falava e chorava uma mãe, por causa da perda de um filho.
- Mãe, por que não fala comigo, porque não olha pra mim? - chorava seu filho enquanto falava.
- Ela não lhe ouve.
- Quem está falando comigo?
- Nós sofremos um acidente, e não sobrevivemos...
- Como? Eu estou morto? Não pode, cheguei em casa do trabalho, e dormi, quando acordei, estava na rua aqui em frente com minha mãe chorando ao meu lado.
- Nós estávamos voltando de uma festa quando perdemos o controle do carro e batemos no seu, estávamos em alta velocidade e bêbados.
- Não pode, não posso deixar minha mãe só, ela não vai aguentar mais uma perda, perdemos meu pai há menos de um ano. - gritava e chorava o filho da pecadora.
- Infelizmente aconteceu, sentimos muito, e estamos aqui esperando nossa vez de sermos julgados pelos nossos atos.

Maracá, 26 de dezembro de 2008.
08:45.
Vai em paz meu filho, não sei como vou aguentar sua ausência, já estava sendo difícil viver sem seu pai, imagina agora sem você.

13:45.
Como ser humano, sua mãe questionou tudo o que estava ocorrendo em sua vida...
Sem respostas imediatas, começou a entrar na vida (que nenhuma pessoa no mundo deveria pensar em passar um dia), das drogas.
Uma mulher no auge da vida, uma mulher tranqüila, deixou-se levar pela fraqueza, e pelo desespero, a ponto de tentar acabar com sí mesmo para esqueçer os problemas.
Covardia? Julgar é fácil quando não se passa o que esta pobre mulher passou.

6 meses depois, Junho de 2009.
Alessandra foi internada, e no internato conheceu Jesus, conheceu a palavra do Senhor, e sua vida mudou.
Muitos questionamentos não foram respondidos, mas de uma coisa, hoje ela sabe, "A vida é uma passagem, cada um tem o seu tempo, temos que ser forte, porque a única certeza que temos na vida: é a morte".

Arnoldo Filho

3 comentários:

  1. sempre imaginei isso comigo
    eu morta falando com as pessoas e ninguem me ouvindo
    muito triste
    http://agbcinderela.blogspot.com

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  2. Será que isso pode acontecer mesmo?!
    Oo'
    Bom, gostei da narrativa, tem uma boa sequência e desenvolvimento, nada a desejar. Uma ótima mensagem para todos que passarem por aqui =))

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